segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Finalmente

Mal podia esperar por este dia, o dia em que o ano de 2012 chegaria ao fim.
Foi, sem pestanejar nem hesitar, o pior ano de todos (os poucos) que já vivi. As coisas más foram tão más que nem as boas (que foram realmente boas, como ter trabalho, continuar em clima de lua-de-mel com o meu marido e ter os amigos e família por perto) atenuam o mau que foi.
Estou, por isso, entre o contente e o aliviada por deixar este ano para trás e sentir a esperança de todo um novo ano que começa, 365 dias novos, novinhos, em branco, para preencher o que para nós estiver reservado.
Sim, pode acontecer que sejam 365 dias piores do que os de 2012 mas pronto, cá estaremos, de braços abertos para que possam ser fechados num abraço que nos dá a força para continuar. Mas também pode ser que, conscientes do que queremos alcançar, do forte que somos quando estamos tão juntos que não sabemos onde acaba um e começa outro, sejam dias muito abençoados e que nos vão distrair com o esforço de ser melhor e sempre nos superarmos.
Se soubessem a lista de coisas que gostava de atingir no próximo ano, daquelas que não se compram nem se obtêm mas, sim, daquelas que se conquistam, que se fazem dificeis de conseguir e nos dão luta e, ao mesmo tempo, são as mais gratificantes de todas.
Para o ano só quero mesmo uma coisa: ser melhor.

sábado, 29 de dezembro de 2012

Vamos lá sonhar que isso dá força - 4

 
Neuschwanstein Castle, Germany

Um dia encontram-me por aqui!

E dói-me o corpo todo

Oh minha nossa... Ia prego a fundo mas agora obriguei-me a parar antes que me desse o badagaio.
O Natal foi bom, uma exaustão mas bom. 9 festas e até faltamos a uma. 24: almoço na minha mãe, lanche na minha avó, jantar nos sogros, missa a meia noite, ceia com os primos do Diogo até as cinco da manhã. No dia 25: almoço ao meio-dia com o meu pai, segundo almoço as duas e meia com os primos do lado da mãe, lanche com uma tia do Diogo, novo lanche com um tio meu que está doente e por fim jantar com primos do meu pai.
E ainda havia um pai de um menino de dia 26 que se preparava para não desmarcar a sessão quando todos os outros já o tinham feito mas lá consegui e no dia 26 deixei-me de molho.
Dia 27 trabalhei todo o dia, estive duas horas com cada um dos meninos que tive, sai as oito e meia e rumei a rio frio para um jantar de anos.
Ontem as 10 estava na Zara para ver se apanhava uns pares de calças 34 e dois casacos S que voa sempre tudo. Fiquei deprimida, quase me apetecia chorar quando vi a fila para os provadores e para pagar. 15 minutos na primeira e 20 na segunda. Fui trabalhar, seguidinho desta vez so até as seis e meia porque queria, depois de duas semanas, ir ao ginásio. Na passagem por casa encontrei um marido tristinho, cansado e mandado para cima do sofá. Uma hora e meia de bombanço no ginásio, uma passagem pelo Noori para deixar meu homem animado. Deitamo-nos no sofá a ver uma serie e pimbas adormecemos ferrados. As 23.07 chegamos a cama e as 11 desta manhã abrimos os olhos. Nao há nada que não me doa.
Príncipe fez sumo de abacaxi com hortelã, torradas com fiambre e bolachinhas e é encher de força para tudo o que me espera por arrumar nesta casa.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Maratonas

Cada vez estou mais convencida do quanto é importante pormos travões a nós próprios, obrigar-nos a parar, a sair daqui, a desligar daquilo que nos liga ou, pior, que nos eletrifica.
Ontem o meu dia deve ter tido umas 50 horas e eu não reparei. Comecei às 9h certinhas e foi seguido até às 20h30. Quase como trabalhar num serviço de urgência, uma avaliação psicológica, três entregas de relatório, 4 sessões de intervenção. Por mim tinha chegado e teletransportava-me para a cama. Mas nada disso. Viagem direitinha Cascais-Alcântara para uma reunião que comecava as 21h e que acabou às 23.20h. Ok, pronto. Já chega, onde está a minha almofada? Nada disso again. Ruma ao Piazza di Mare e celebra os anos de um amigo (muito amigo) à meia-noite. Quando aterrei na cama pensei que era mentira e é muito provável que tenha adormecido a meio de uma frase.
Alimento-me da recordação do fim-de-semana que passou. Só os dois em Salamanca, aquela cidade inacreditável, em que dormimos e descansamos, visitamos e passeamos. E namoramos. Namoramos muito. Baterias completamente carregadas, barómetro do amor a explodir e esta sensação estranha e leve ao mesmo tempo de que, realmente, com organização, método e força de vontade, tudo nesta vida se articula.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Graças

Isto da criançada é do melhor e gosto de ir registando umas e outras para um dia me lembrar de tantas pérolas. Para hoje temos:
" mas tu não podes estar casada. Não podes não, és tão nova, nem tens rugas!"

E depois finalizou com a ternurenta resposta sobre quais são os cinco sentidos: esquerda, direita, frente, trás e cima". Claro. Nem mais. Uma delícia pela manhã.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

esta alegria chamada vida que me dá histórias para contar

 
O meu grupo de amigas é o melhor. Andava tudo muito incomodado que as minhas madrinhas de casamento não se chegavam à frente com uma despedida de solteira à maneira e que já era Agosto e eu casava em Setembro e lálálá.
Eu estava tranquilona da vida que dúvidas não tinha nenhumas que saía dali coisa inesquecivel.
Pois bem, road trip pelo sul de Espanha era o que me esperava e depois de uma diversão inacreditável em Sevilha e outro sítio qualquer algures pelo meio que nos valeu uma troca de roupa (bikini por outra coisa) no carro sem direito a banho e depois da noite (que acabou as 7 da manhã) e uma soneca no parque de estacionamento chegamos a Tarifa, onde acampamos.
E o que me esperava era uma noite ainda mais louca em que tinha de ir, nada mais nada menos, pedir dinheiro para a lua-de-mel. Foi a mais divertida da história das saídas à noite.
A maior dificuldade não foi que dessem dinheiro. Foi que acreditassem que eu, com aquele ar de gente miúda e que vai à escola, fosse realmente casar.
Contas feitas, vieram 65 euros no meu mealheiro e fomos, de longe, a atracção da noite!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Hoje é dia 10


Há 7 anos eu era uma miúda. 7 anos depois continuo uma miúda. Mas não a que era. Outra. Que em tudo, ou quase tudo, era menos.
Hoje alegro-me quando penso que em tudo me vieste acrescentar, fazer maior, fazer melhor. Ou quase tudo. Porque nas coisas menos boas que tinha (e ainda tenho, e terei) tendes a fazer diminuir, a ajudar-me a deixar para trás e crescer todos os dias.
Lembro- me sempre a sorrir do que já passou. De tanta palhaçada junta, de tantos "tu cansas-me" que saem da minha boca tal é todo o disparate junto que é viver contigo os meus dias. As gargalhadas, os non-sense, o orgulho quase infantil, os olhos a brilhar, os beijinhos roubados quando andamos cada um nas suas coisas em casa e, ainda, quando estamos parados nos sinais.
Encanta-me esse teu conquistar-me todos os dias, isso de me abrires sempre e todas as vezes a porta do carro para eu entrar, fazeres o meu pequeno-almoço praticamente todos os dias, desfazeres a minha "marmita" mal eu chego a casa e ainda nem tirei o casaco, arranjares um saco de água quente no inverno, deitares-te do meu lado da cama quando te deitas primeiro para aqueceres os lençóis, deixares pasta já na escova de dentes...
Até aquilo que me irrita em ti é o que me faz amar-te mais. Essa mania de vires querer beijinhos e abraços enquanto eu estou na cozinha a fazer qualquer coisa, essa mania de dizeres que sim a todos os programas que incluem ajuda a terceiros e que nos roubam o nosso tempo a dois, esse teu alter-ego de carpinteiro e dado à bricolage que a grande maioria das vezes dá asneira mas que nas que sobram me enternecem, essa tua compulsão para arrumar a cozinha e lavar a loiça que te tira do nosso sofá mas que permite que não seja eu a fazê-lo, as piadinhas a toda a hora e em todos lugares que tantas vezes podem ser despropositadas mas que fazem reconhecer em ti uma vida única, o vires mais tarde porque estás no sítio que nós sabemos, porque também Isso é muito importante na tua vida e é ali que vais buscar as forças para esse caminho tão puro que fazes.
Aqueces-me, alegras-me, dás-me força. Inspiras-me.
Obrigada.

domingo, 9 de dezembro de 2012

sábado, 8 de dezembro de 2012

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Hoje o sol sorriu para mim

As sextas-feiras são, regra geral, penosas. Rumo a Setúbal cedo e volto a Lisboa tarde. Pelo meio tenho dias preenchidissimos e entre assuntos que não me são especialmente queridos.

Hoje dois dos meninos da tarde desmarcaram o que queria dizer que aqui vinha só para uma consulta.

Lá arranquei, a custo. Mas depressa fui brindada por um sol inacreditável que brilhava sobre Lisboa, queimava a Ponte e engrandecia o Cristo Rei.

E pensei, neste meu caminho que deixa a calçada para trás e a troca por campos e salinas, o quanto devo ser grata por tudo isto que tenho, por tudo isto que vivo.
Estes problemas que não o são, estes incómodos que nem chegam a sê-lo.
Grata pela família, pelo amor, pelo trabalho.
Grata pelas pessoas, pelas caras, pelas histórias.
Grata por quem me toca sem tocar, por quem me reconforta sem se esforçar, só por ser. Ser.

Já está. Já passaram os 50 minutos. Que foram 70. E apercebi-me de como cada um destes minutos vai fazer a diferença. Nos dois.

Vou voltar para casa, fazer a mesma estrada, vou chegar às escuras enquanto senhor marido informa que chegará só quando já for amanhã. Vou ver o que me apetece na televisão. Vou pensar. Vou pensar muito. Tenho tanto em que pensar.

Bonson e Merryman

"As crianças podem parecer contradições em movimento. Cada criança pode ter muitas emoções positivas e muitas emoções negativas em simultâneo. E muitos fatores nas suas vidas - tais como as interações entre irmãos, pressão do grupo, o conflito dos pais - podem ser simultaneamente boas e más influências.
É nos momentos em que as crianças são mais profundamente enigmáticas que nós, os seus educadores, podemos aprender algo de novo."

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Para já é mesmo isto

Temos as tábuas de madeira, que simbolizam o que queremos construir, o abrigo que é o nosso, a cabana, a simplicidade, as origens.
Temos o "aqui e o agora", o tempo e o espaço para o que é importante, urgente, que faz bater o coração.
Temos eu mesma, o horizonte e o olhar e apontar para aquele lugar que não sabemos bem qual é mas que nos espera. O espaço feliz, o caminho até lá, o querer chegar. Sempre de mão dada e certos do caminho. Está ali, aqui, à nossa frente mas não vemos bem, não sabemos a distância, não sabemos o que nos será permitido viver nem até onde chegar.
Mas olhar, apontar, sonhar e começar a andar são a chave essencial para construir.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

É chato ser pessoa

E assim começou o meu dia.

Menino, 9 anos.
"Desculpa, não percebi. Disseste é chato ser pessoa?"

"Sim. Não gosto nada. Não serve de nada. Não me consigo lembrar de nada de bom em ser pessoa. Preferia ser outra coisa, um animal, qualquer coisa que não fosse pessoa. Não é nada bom, só traz chatices."

É isto. E eu a pensar que aos 9 anos é que é bom ser pessoa. Entre livros novos, as capas dos testes para pintar, o ensaio para a festa de Natal, os intervalos que parecem enormes e acabavamos com as meias caídas e todos desfraldados. Que o tempo entre chegar a casa e ir para a cama parece imenso.

Mas para este menino não. E isso não me deixa contente.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Desde Junho

Nem meio ano e toda uma vida que mudou.
Desde que me despedi, no coração, do outro blogue, houve vidas que se perderam, soluços abafados em abraços, dúvidas e incertezas.
Houve o levantar devagarinho, o recomeçar, o re-equacionar.
Houve uma revolução no meu local de trabalho, houve um futuro incerto, um frio na barriga, um "sabe lá Deus".
Houve um encolher de ombros e aceitar que nada podia fazer quanto a isso e que o melhor seria esperar, houve uma viagem incrivel pela Turquia (que faço questão de contar e mostrar num destes dias), houve muito namoro, muitos abraços, o reafirmar das certezas, dois anos de casados muito intensos em que o bom foi óptimo e o mau foi péssimo, mas vivido a dois, como faz sentido.
Houve a alegria de ver o trabalho garantido, a histeria quase infantil de me ver crescer e melhorar as minhas condições profissionais, houve um gabinete conquistado, um telemóvel profissional, reuniões e emails com estrangeiros, muitas avaliações psicológicas, muitos meninos novos. Houve o cansaço por esta excitação inicial, o ter de aprender que há uma hora em que apagamos as luzes e vamos para casa, que não devemos ver o email à noite, que ao sábado devemos trabalhar só quando é mesmo preciso. Que a família, esta a de nós os dois, depende de nós e daquilo que investirmos juntos.
Houve nova revolução, novo frio na barriga, novos planos, novos futuros. E depois, depois houve nova desilusão, novo choque com a frieza da realidade.
Houve o voltar ao blogue.
Agora mantem-se tudo: a alegria de nos termos, a alegria de sermos familia, a riqueza do trabalho, as dúvidas, os abraços tristes, a cumplicidade dos últimos tempos que nos faz trocar olhares quase angustiados.
A certeza absoluta de que pouco, quase nada, está nas nossas mãos.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

voltar ao ritmo

Acho que o maior problema deste novo arranque vai ser lembrar-me que voltei à carga.
Pior, vai ser que o lembrar-me que voltei à carga coincida com aqueles 10 minutos milagrosos em que tenho tempo para o que for.

Reconfortante é ver que mesmo depois deste tempo todo tenho logo emails e comentários de quem se alegra por me ver voltar. Fantástico. E MUITO obrigada.

Queria muito focar-me nos pensamentos positivos, nas coisas boas da vida. Queria tornar este espaço num espaço de evasão, de sonho quase. De coisas que se podem fazer em vez de ter. De momentos low-cost e high-happiness.
Queria ir falando de toda a riqueza que sou inundada depois de cada dia de trabalho, de mais sorrisos, de mais conquistas, de mais crescimento. Meu e dos meus meninos todos. Esses que chegam sem saber porquê e dão a mão a pais com os olhos entristecidos. Esses que eu gosto que saiam aos pulinhos da sala e que vão no carro com pais mais calmos, seguros, amparados.